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Anemia: como surge, sintomas e como tratar?

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A anemia é uma condição que ocorre quando a hemoglobina no sangue está abaixo do normal, sendo causada pela carência de nutrientes essenciais no organismo. Todos podem ser afetados pela doença, mas, em especial, crianças, gestantes e lactantes (mulheres que estão amamentando).

Acompanhe este artigo da Clínica Galdino Campos, para saber um pouco mais.

O que é a anemia?

A anemia é uma doença que tem como principal característica a queda na quantidade de hemoglobina, pigmento que dá cor aos glóbulos vermelhos presentes no sangue. Há diferentes causas para seu surgimento: carência de um ou mais nutrientes fundamentais, como o ferro, o zinco, a vitamina B12 e as proteínas; perda de sangue; ou por diferentes doenças e condições adquiridas ao longo da vida ou hereditárias.

É um problema bem comum, inclusive. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), 30% da população mundial é anêmica, em especial crianças abaixo de dois anos de idade e mulheres de diferentes faixas etárias. No Brasil, estima-se que de 40% a 50% das crianças tenham anemia.

Tipos de anemia

Não existe apenas um tipo de anemia, haja visto que sua origem engloba múltiplas causas. Logo, cada problema tem uma especificidade.

    • Anemia ferropriva: é causada pela deficiência de ferro, representando cerca de 90% de todos os casos de anemia. É um mineral que está nas carnes, leguminosas e vegetais verde-escuros, atuando na fabricação de células vermelhas e no transporte de oxigênio. Esse tipo de anemia pode ocorrer devido à má absorção do mineral, restrições alimentares ou por hemorragias.
    • Anemia megaloblástica: é provocada por baixa vitamina B12 e ácido fólico, essenciais para o sistema nervoso. A falta de B12, encontrada em alimentos de origem animal, pode ocorrer devido a restrições na dieta ou por alterações intestinais que impedem a absorção, como a proliferação de bactérias e até mesmo uma cirurgia para a redução do estômago, entre outros fatores.
  • Anemia decorrente de perdas sanguíneas: Neste caso, a anemia é provocada por conta da perda constante ou intensa de sangue em situações diversas: período menstrual, verminoses, cirurgias, ferimentos, sangramentos gastrointestinais, entre outras.
  • Anemia falciforme: é uma condição genética que leva a uma mudança no formato das células vermelhas, que ficam em “forma de foice” e perdem flexibilidade. Com isso, tendem a morrer mais rapidamente, gerando um quadro frequente de anemia e crises dolorosas. É uma das doenças hereditárias mais comuns no Brasil e predominante na população negra.
  • Talassemia: é outra doença genética que causa anemia crônica devido à produção diminuída de um tipo de cadeia que forma a molécula de hemoglobina. A condição faz parte de um grupo de doenças do sangue (hemoglobinopatias) e pode provocar problemas ósseos, crescimento inadequado e aumento do baço e do fígado.
  • Doenças da medula óssea: leucemias e tumores na medula, que podem ocasionar anemias frequentes.
  • Anemia aplástica: é uma doença rara da medula óssea, que tem como característica a produção insuficiente de glóbulos vermelhos e, também, de glóbulos brancos e plaquetas. Isso por ter causas diversas: infecções, condições autoimunes e até a exposição a produtos químicos.
  • Anemia hemolítica: quando os glóbulos vermelhos são destruídos mais rapidamente do que deveriam e a medula óssea não consegue repor a quantidade perdida.

Principais causas da doença

Carência de vitaminas

Para produzir adequadamente os glóbulos vermelhos do sangue, o organismo precisa de nutrientes essenciais. A falta deles, provoca as chamadas anemias carenciais, que são;

Anemia por falta de ferro no organismo, chamada de anemia ferropriva, que pode surgir por uma alimentação com pouco ferro, sobretudo na infância, ou devido a sangramentos no corpo, que podem ser imperceptíveis, como por uma úlcera gástrica ou varizes no intestino, por exemplo;

A anemia por falta de vitamina B12 e ácido fólico, chamada de anemia megaloblástica, acontece devido a má absorção da vitamina B12 principalmente no estômago e ao pouco consumo de ácido fólico na alimentação. A vitamina B12 é consumida em carnes ou derivados de animais, como ovos, queijo e leite. Já o ácido fólico é encontrado em carnes, legumes verdes, feijão ou grãos, por exemplo.

A ausência destes nutrientes é detectada através de exames de sangue solicitados pelo médico. Geralmente, este tipo de anemia se agrava aos poucos, e como o corpo consegue se adaptar às perdas por algum tempo, os sintomas podem demorar para aparecer.

Defeitos na medula óssea

A medula óssea é onde as células sanguíneas são produzidas, por isso, caso seja afetada por alguma doença, pode comprometer a formação dos glóbulos vermelhos e provocar anemia.

Este tipo de anemia, também chamada de anemia Aplástica ou anemia Medular, pode ter diversas causas, que incluem defeitos genéticos, intoxicação por agentes químicos como solventes, bismuto, agrotóxicos, alcatrão, anticonvulsivantes, exposição à radiação ionizante, infecções por HIV, parvovírus B19, vírus Epstein-Barr ou por doenças como hemoglobinúria paroxística noturna, por exemplo. No entanto, em alguns casos raros, a causa pode não ser identificada.

Hemorragias

As hemorragias são graves já que a perda de sangue representa a perda de glóbulos vermelhos e, consequentemente, diminuição da quantidade de oxigênio e nutrientes transportados até aos órgãos do corpo.

Algumas das causas mais comuns de hemorragias podem ser originadas de lesões no corpo, traumatismos por acidentes, menstruação muito volumosa ou por doenças, como câncer, doenças do fígado, varizes e úlceras, por exemplo.

Em alguns casos, as hemorragias são internas e, por isso, não são visíveis, sendo necessária a realização de exames para identificar. Confira as principais causas de hemorragia interna.

Doenças genéticas

Doenças hereditárias, que são passadas através do DNA, podem provocar alterações na produção da hemoglobina, seja na sua quantidade ou na sua qualidade. Geralmente, estas alterações resultam em destruição das hemácias.

Nem sempre o portador destes defeitos genéticos irá apresentar uma anemia preocupante, no entanto, em alguns casos pode ser grave e comprometer de forma significativa a saúde. As principais anemias de origem genética são as que afetam a estrutura da hemoglobina, também chamadas de hemoglobinopatias.

Apesar destas serem as mais conhecidas, existem outras centenas de defeitos na hemoglobina que podem resultar em anemia, como a metahemoglobinemia, hemoglobinas instáveis ou persistência hereditária da hemoglobina fetal, por exemplo, que são identificadas por testes genéticos indicados pelo hematologista.

Doenças autoimunes

A anemia hemolítica autoimune (AHAI) é uma doença de causa imunológica, que surge quando o organismo produz anticorpos que atacam os próprios glóbulos vermelhos.

Apesar de ainda não se conhecer as suas causas exatas, sabe-se que podem ser precipitadas por outras condições de saúde, como infecções virais, presença de outras doenças imunes ou tumores, por exemplo. Este tipo de anemia não costuma ser hereditário e não é transmissível de uma pessoa para outra.

O tratamento consiste principalmente no uso de medicamentos para regularizar o sistema imune, como corticóides e imunossupressores. Saiba mais sobre como identificar e tratar a anemia hemolítica autoimune.

Doenças crônicas

As doenças crônicas, que são aquelas que podem durar muitos meses ou anos em atividade, como tuberculose, artrite reumatóide, febre reumática, osteomielite, doença de Crohn ou mieloma múltiplo, por exemplo, causam uma reação inflamatória no organismo que pode resultar em anemia, devido a morte prematura e alterações na produção dos glóbulos vermelhos.

Além disso, doença que provocam alterações nos hormônios que estimulam a produção dos glóbulos vermelhos também podem ser a causa da anemia, incluindo hipotireoidismo, redução de andrógenos ou queda dos níveis do hormônio eritropoietina, que pode estar reduzido em doenças renais.

Este tipo de alteração não costuma provocar anemia grave, e pode ser resolvida com o tratamento da doença que provocou a anemia.

 

Outras causas

A anemia também pode surgir devido a infecções, como acontece em infecções virais ou bacterianas, assim como pode surgir devido ao uso de certos medicamentos, como anti-inflamatórios, antibióticos ou anticoagulantes, ou pela ação de substâncias como álcool em excesso ou benzenos, por exemplo.

A gravidez pode provocar anemia, basicamente devido ao ganho de peso e o aumento de líquidos na circulação, que dilui o sangue.

Como saber quando é anemia? Atenção aos sintomas

A anemia é uma doença que apresenta sintomas inespecíficos, necessitando de exames para ser confirmada, logo, é essencial o acompanhamento médico para ter o diagnóstico e o tratamento correto. Alguns sintomas se dão pela queda nos glóbulos vermelhos, como:

  • Ocorrência de sangue nas fezes;
  • Perda de peso;
  • Olhos amarelados;
  • Fadiga;
  • Falta de apetite;
  • Tonturas;
  • Apatia;
  • Vontade de comer substâncias não alimentares, como arroz cru, areia ou gelo;
  • Palidez;
  • Gengivas esbranquiçadas.

Tratamento

Caso o diagnóstico seja de uma anemia que tem origem na carência de nutrientes, a suplementação – com sulfato ferroso, vitamina B12 e folato – e a correção da dieta são orientadas pela equipe médica. Já no caso de doenças que causam a perda de sangue, o tratamento é mais específico, assim como nas que afetam a produção dos glóbulos vermelhos.

Doenças autoimunes exigem o uso de imunossupressores. Mulheres com fluxo menstrual muito intenso devem ser orientadas a adotar métodos contraceptivos e, no caso de portadores de anemias hereditárias, devem passar a fazer eventuais reposições de sangue e suplementação.

Prevenção

Prevenir a anemia, caso ela não surja de uma doença como as mencionadas anteriormente, é possível. A recomendação é ter uma alimentação balanceada e rica em frutas, legumes, verduras, cereais integrais, leite, carnes e ovos. Caso a pessoa seja vegana, é necessário estar atento para o fato de que, ocasionalmente, possa ocorrer uma carência de ferro e vitamina B12, exigindo a suplementação

No dia a dia, é recomendado não abusar do álcool, uma situação que pode acarretar anemia. Outra condição que pode levar ao surgimento do problema é o consumo de medicamentos com ácido acetilsalicílico, que podem causar sangramentos gastrointestinais.

setembro amarelo

Setembro Amarelo: cuidado com a saúde mental

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O mês de Setembro é dedicado à conscientização sobre a saúde mental e à preveção ao suicídio. Acompanhe este artigo da Clínica Galdino Campos, para saber um pouco mais.

O que é o movimento Setembro Amarelo?

O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. No Brasil, foi criado em 2015 pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), com a proposta de associar à cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro).

A ideia é pintar, iluminar e estampar o amarelo nas mais diversas resoluções, garantindo mais visibilidade à causa. 

A importância da saúde mental para o bem-estar

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que o conceito de saúde é bem mais abrangente que a simples ausência de doença: é um completo estado de bem-estar físico, mental e social e, dessa forma, merece atenção em todas as suas vertentes.

Assim como a física, a saúde mental é uma parte integrante e complementar à manutenção das funções orgânicas. Nesse contexto, a promoção da saúde mental é essencial para que o indivíduo tenha a capacidade necessária de executar suas habilidades pessoais e profissionais.

Sumariamente, o bom estado mental confere ao homem o amplo exercício de seus direitos sociais e de cidadania. Assegura ainda as condições de interação social para uma convivência familiar mais harmônica e segura.

Desse modo, entender a importância da estabilidade mental e sua intensa relação com o bem-estar é fundamental. Possibilita, assim, a compreensão da importância de utilizar a capacidade individual para a percepção de valores e virtudes inerentes à construção da coletividade.

Prevenção ao suicídio

As razões podem ser bem diferentes, porém muito mais gente do que se imagina já pensou em suicídio. Segundo estudo realizado pela Unicamp, 17% dos brasileiros, em algum momento, pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e, desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso. Em muitos casos, é possível evitar que esses pensamentos suicidas se tornem realidade.

A primeira medida preventiva é a educação. Durante muito tempo, falar sobre suicídio foi um tabu, havia medo de se falar sobre o assunto. De uns tempos para cá, especialmente com o sucesso da campanha Setembro Amarelo, esta barreira foi derrubada e informações ligadas ao tema passaram a ser compartilhadas, possibilitando que as pessoas possam ter acesso a recursos de prevenção. Saber quais as principais causas e as formas de ajudar pode ser o primeiro passo para reduzir as taxas de suicídio no Brasil, onde atualmente 32 pessoas por dia tiram a própria vida. Surge então um outro desafio: falar com responsabilidade, de forma adequada e alinhada ao que recomendam as autoridades de saúde, para que o objetivo de prevenção seja realmente eficaz.

O papel das redes sociais na causa

As redes sociais podem trazer conexões com pessoas que estão longe, ser o ganha-pão de milhares de pessoas e trazer outras vantagens. No entanto, é preciso ficar atento aos malefícios que podem trazer à saúde mental.

O estudo feito pela instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health, em parceria com o Movimento de Saúde Jovem, revela que as taxas de ansiedade e depressão entre jovens de 14 a 24 anos aumentaram 70% nos últimos 25 anos. Ao todo, 1.479 participantes das pesquisas falaram sobre o nível de envolvimento com aplicativos como Youtube, Twitter, Instagram e Snapchat e como eles influenciavam em seus sentimentos.

O resultado indicou que o compartilhamento de fotos pelo Instagram impacta negativamente no sono, na autoimagem e aumenta o medo de jovens de ficar fora dos acontecimentos. Cerca de 70% dos jovens revelaram que o aplicativo fez com que eles se sentissem pior em relação à própria autoimagem e, quando a fatia analisada são as meninas, esse número sobe para 90%.

Além de se comparar com imagens de vidas perfeitas, as pessoas também se perdem na missão de criar uma vida perfeita nas redes sociais. Essa pressão aumenta a ansiedade, o sentimento de inadequação e não permite que as pessoas processem seus próprios sentimentos.