É Bom Saber

É Bom Saber: Estrabismo

By novembro 14, 2019 No Comments

O estrabismo é um problema que afeta não apenas a visão do portador, mas o bem-estar e a sua socialização. O estrabismo pode surgir em várias fases da vida, desde os primeiros meses, e se estende por toda a vida se não for tratado. Consultamos o nosso oftalmologista Dr. Felipe Galdino M. Campos sobre o estrabismo, seu diagnóstico e tratamento. Confira:

1- O que é o estrabismo?

Estrabismo é o desalinhamento dos olhos em qualquer direção.  Os mais comuns são os desvios “para fora” – as eXoforias ou eXotropias (XTs) e os desvios “para dentro” – as eSoforias ou eSotropias (ETs)– também conhecidas com endotropias ou endoforias.

Popularmente conhecemos o estrabismo como sendo o “vesgo” o “caolho” ou olho torto e tem alta possibilidade de trazer seqüelas visuais e psicológicas se não tratado adequadamente e na idade correta.

Não existe estrabismo “normal”. Todo o desvio deve ser avaliado por um médico oftalmologista que esteja familiarizado com as alterações e causas possíveis desses desvios para poder orientar o paciente sobre o melhor tratamento.

2- O que causa o estrabismo?

O correto posicionamento do olho se dá logo nos primeiros meses de vida, quando a criança começa a melhorar a acuidade visual e a entender que os dois olhos trabalham em conjuntos. Esse alinhamento correto faz com que entendamos a profundidade (estereopsia) e que consigamos o desenvolvimento adequado da visão nos dois olhos dando aos dois olhos acuidade visual semelhante/igual.

Qualquer mecanismo que impeça esse desenvolvimento adequadamente pode levar a um desvio ocular. Catarata congênita. Diferenças de grau (principalmente as altas hipermetropias). Opacidades da córnea. Alterações na retina. São exemplos de patologias que dificultam a formação da imagem adequadamente na retina e impede o desenvolvimento adequado da visão levando ao estrabismo.

Há ainda as causas não relacionadas ao olho e nem a acuidade visual como: traumatismo cranianos. Traumas de face. Tumores cerebrais. Tumores na órbita. Cirurgias. São patologias e entidades que podem interferir na inervação dos músculos interrompendo ou diminuindo a força fazendo com que o olho adote uma posição descentralizada.

Existe ainda as causas metabólicas como a Diabetes e causas neurológicas que altera a musculatura do olho fazendo com que ele perca a função ou se enfraqueça. 

3- É possível prevenir o estrabismo?

Dependendo da causa do estrabismo, como por exemplo os ocasionados nos hipermétropes, a simples correção do grau pode fazer com que o paciente não venha a ter estrabismo. Ou então os estrabismos ocasionados pelo diabetes, a simples correção dos níveis de açúcar no organismo pode fazer com que o paciente não venha a ter nenhum desvio.

Entretanto, a maior parte dos estrabismos são tratáveis e não é possível prevenir.

4- Quais são os tratamentos disponíveis?

A correção do estrabismo pode ser feita da seguinte forma:

ÓCULOS – vários estrabismos são corrigidos apenas com a colocação de óculos. É muito importante que o diagnóstico e a abordagem sejam feitos antes dos 5 anos de vida do paciente, período esse que há uma plasticidade ocular e uma maior possibilidade de alterar e ajustar a visão do paciente.

CIRURGIA – podemos corrigir o desvio através de procedimento cirúrgico. Geralmente está indicado nos casos onde a correção de óculos não é uma opção.

Atendo diariamente pacientes de várias idades querendo corrigir o desvio e me entristeço quando vejo que poderia ter sido feito muito mais pelo paciente do que apenas a correção cirúrgica – estética. Gostaria de transmitir a vocês, Papais e Mamães, que NENHUM estrabismo é normal. Não existe desvio normal e nem esperar a idade adulta para tratar. O desvio ocular é apenas a ponta de um iceberg e precisa ser investigado e tratado da forma correta para que possamos restabelecer a visão correta ao paciente.

Oftalmologia
Dr. Felipe Galdino M. Campos
CRM 52.81148-3

 

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